Notícias IPMIEventosGaleria de FotosNotas e Avisos

Após 30 anos de magistério, Francisca Dias das Chagas Jesus se aposenta no IPMI

Publicado em 27/05/2017 | 11:51

Ela nasceu em 25 de outubro de 1966 em Adrianópolis, no Paraná e mudou-se com a família para Itapeva aos 15 anos. Aos 20, Francisca Dias das Chagas Jesus já era professora da pré-escola e iniciou sua carreira na APAE – Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais. “Naquela época éramos em quatro professoras, poucos funcionários e cuidávamos de 30 crianças que tomavam café, banho, almoçavam e permaneciam na entidade até as 17 horas. Não havia, como atualmente, profissionais habilitados para cuidar das crianças e nós trabalhávamos período integral para dar conta de tudo”, conta ela.
Depois disso foi morar no bairro Amarela Velha e lecionar na Escola Municipal Elza de Souza Barros, período no qual também fazia faculdade de Pedagogia em Itararé. Quando precisava fazer as provas, seu irmão a levava e, assim com ele, Francisca também pôde contar com seu marido, Osmando, que a ajudava copiando as matérias de outras colegas, quando ela não conseguia ir para a faculdade.
“Tenho muito a agradecer à minha família, em especial a meus pais, Francisco Ferreira e Maria Dias que não mediram esforços para que eu pudesse trabalhar e estudar. Minha mãe, inclusive ia a pé da Vila Aparecida até a rodoviária para me levar lanche e agasalho, pois dali eu já seguia para Itararé. Por isso, hoje faço questão de ajudar meus filhos Isabelle que, com 23 anos, faz duas faculdades e já trabalha e Felippe, 19 anos, que tem vários cursos técnicos e é nosso ‘faz-tudo’ em casa, pois entende de hidráulica, elétrica e ajuda na manutenção da casa”, comenta Franscisca que, após 30 anos dedicados à educação, se aposentou na Escola Municipal Antonio Felippe como PEB I, no início deste ano.
Aposentada, ela não parou nem uma semana em casa para descansar, pois como coordenadora da Pastoral da Criança da Paróquia Nossa Senhora Aparecida, desenvolve várias ações em prol das comunidades carentes, como por exemplo a do Jardim Bonfiglioli e se sente muito grata por ainda poder ajudar crianças, como fez durante toda sua vida profissional.
Entre suas melhores recordações está a época em que trabalhou no bairro da Taipinha com uma turma de alunos bastante diversificada. “Eram apenas 16 alunos, mas a faixa etária deles variava de 7 a 19 anos. Não havia sala de aula e nós usávamos um cômodo da igreja do local. As carteiras eram daquelas em que os alunos se sentavam em duplas e, a diferença de idade entre eles, que poderia ter sido um empecilho para o aprendizado, acabou sendo o diferencial que tornou aquela turma inesquecível, pois os maiores cuidavam dos menores e, se um ficava doente e não podia ir à escola, os outros levavam a lição para o colega fazer em casa. No final do ano, todos aprovados, não queriam passar para a próxima série, pois a ideia de deixar a “dona” Francisca não agradava nenhum deles”, ri a professora que fez questão de frisar também o enorme apoio que recebeu da sua diretora na época, a saudosa Vani Fortes Yamauchi.