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Os desafios da enfermeira Neusa

Publicado em 22/10/2014 | 14:34

Aceitar a calmaria que chega com a aposentadoria é a nova meta da auxiliar de Enfermagem Neusa Rodrigues Silveira. Para quem começou cedo – aos 18 anos já fazia parte da equipe do cirurgião Adib Jatene, membro da Academia Nacional de Medicina – e aprendeu a chamar para si todas as responsabilidades que foram surgindo, a ideia de viver de forma mais tranquila é um grande desafio.
Neusa esteve no Instituto de Previdência Municipal de Itapeva (IPMI) na última sexta-feira, dia 17 de outubro. Enquanto assinava os documentos que lhe dão direito à aposentadoria, ela relembrou ao lado do superintendente do IPMI, Eduardo Yamaya, alguns momentos importantes da sua história enquanto servidora pública municipal.
Foi Neusa a responsável pela montagem da primeira ambulância do município. Era final da década de 90 e Itapeva foi contemplada com o veículo. Depois da comemoração, ninguém mais tocou no assunto. “Estávamos na expectativa, e nada da ambulância aparecer. Então fui na garagem (da Prefeitura) e lá estava a ambulância, com os equipamentos todos encaixotados”, lembra. “Falei então para o secretário municipal de Saúde da época e ele perguntou se eu sabia montar os equipamentos. Eu disse que sabia e peguei as chaves. Aprendi a montar e consegui fazer parte da equipe que trabalhava com a ambulância”, conta.
Esse perfil desafiador de Neusa também foi responsável por coloca-la à prova de seu próprio equilíbrio emocional. Quando um paciente, na Santa Casa de Itapeva estava em fase terminal decorrente de uma doença chamada hantavirose (causada pela inalação de partículas de excreções de ratos), Neusa se prontificou a fazer a coleta de amostras na residência do paciente, para evitar que toda a família se contaminasse. “Foi muito difícil. Desde conseguir o equipamento de proteção adequado para o trabalho até estar ao lado da família naquele momento tão doloroso e ainda procurar o foco de contaminação na casa”, diz.
Para conseguir se manter firme diante dessas e de outras tantas situações propostas ao longo dos seus 34 anos de trabalho, Neusa conta que se fortaleceu com a coragem que recebeu de nascença e com sua atitude sempre positiva diante até mesmo das mais difíceis circunstâncias. “Minha luta sempre foi pela vida. Sou uma defensora da vida e trabalho sempre com a esperança da cura”, diz ela.

História. Neusa nasceu em São Caetano do Sul (SP), no primeiro dia de março de 1962. Migrou para Itapeva aos 10 anos de idade junto com os pais e ainda garota, aos 14 anos, já sabia que queria ajudar na recuperação da saúde das pessoas. Antes mesmo de completar 18 anos, ela já tinha se formado pela Escola Técnica de Enfermagem Baby Gonçalves, em Campos do Jordão (SP). Trabalhou em grandes hospitais paulistas como o Beneficência Portuguesa, Hospital das Clínicas, Evaldo Foz, Pérola Byington, HC Camargo (Hospital do Câncer), além da Santa Casa de Itapeva e postos de saúde do município.
Nos últimos 18 anos, ela se dedicou aos trabalhos na Vigilância Epidemiológica de Itapeva, órgão ligado à Secretaria Municipal de Saúde. “Não tenho do que reclamar. Sempre me dediquei muito ao meu trabalho e sei que vou sentir muita falta dos desafios dessa profissão. Por isso, acho que não vou conseguir ficar sem trabalhar”, avisa.